teologia pastoral
4 - REQUISITOS PARA O APOSTOLADO
O TRABALHO DE UM EVANGELISTA:
O texto de II TM 4:5 não diz que ele (Timóteo), era um Evangelista,
porém sim: “Faz a obra de um Evangelista”; é claro que Paulo reconhecia
que havia esse dom em Timóteo, essa é a razão das seguintes
recomendações:
- Deve se exercitar (I TM 4:14). O exercício ministerial desenvolve a
habilidade para fazê-lo melhor. Esta é a regra (I TM 4:14-16);
- Deve evitar a negligência (I TM 4:14) um homem negligente não pode
ser um bom ministro de Cristo. Se negligenciar a palavra não pode pregar
a palavra de Deus, se negligenciar a oração não pode orar pelos
enfermos, se negligenciar o amor, não pode ganhar almas para Cristo;
- Deve avivar o Dom de Deus (II TM 1:6). Avivar dá a ideia de fazer
aparecer o fogo que está debaixo das cinzas. Somente uma mensagem
avivada pode deixar resultados duradouros nos corações dos homens. O
antônimo de avivado é covarde, medroso, pobre espiritual. Tomemos para
nós esta advertência de |Paulo e sejamos valentes para manifestar todos
os dons de Deus.
D- O DOM DE PASTOR:
Somente o título não é suficiente, é necessário o Dom espiritual e que
seja evidenciado na prática por um ministério de êxito e uma conduta
disciplinada (I TM 5:1-2) por causa da complexidade desta função.
A DUPLA FUNÇÃO DO PASTOR:
Em João 21:15-17, na conversação que Jesus teve com Pedro ele utilizou os termos para a dupla função de Pastor que são:
- Apascentar (vs. 15,17). O vocábulo significa “alimentar, dar comida”.
A linguagem – é figurada e traduz o dever de doutrinar, ministrar
conhecimento, dirigir ao bom caminho.
- B- Pastorear (v.16). Pastorear exige todas as qualidades para
apascentar e ainda mias, buscar, alimentar, proteger dos tempos maus e
animais ferozes (Amós 3:12; II SM 5:2), e ainda busca as débeis ovelhas
(EZ 34:8; LC 15:1-7).
AS QUALIDADES DO PASTOR:
Como parte da função o Pastor tem os seguintes encargos:
- Doutrinar os crentes (I TM 3:2);
- Apascentar o rebanho de Deus (I PE 5:1-3);
- Exercer vigilância com amor (AT 20:28);
- Admoestar com amor (AT 20:31; II TM 4:2);
- Cuidar dos necessitados (GL 2:9-10);
- Visitar os enfermos (TG 5:14-15);
- Cumprir o papel de despenseiro (I CO 4:1-2).
E- MESTRES:
- Há quatro palavras hebraicas e duas palavras gregas envolvidas neste termo mestre, a saber:
A – BIN (fazer compreender): ilustra a verdade.
- Esse verbo ocorre por mais de uma centena de vezes no AT. Sempre
ligados à idéia de compreensão, conhecimento, etc. De fato no hebraico,
entendimento, sabedoria, corresponde a BINAH.
B – YARAH (direcionar, ensinar): dar direção.
- Esse verbo é sempre usado no sentido de ensinar. EX 4:12,15; LV 10:11.
C – LAMAD (ensinar)
- Palavra hebraica usada por 57 vezes com esse sentido. DT 4:1, 10; 5:31; 6:1.
D – SAKAL (fazer agir sabiamente): influenciar o comportamento.
- Usado várias vezes no sentido de ensinar. DN 1:17; 9:22.
E – DIDÁSKALOS (mestre, professor): que trabalha no ensino.
- Palavra grega usada cinqüenta e oito vezes no NT (MT 8:19; 9:11; TG
3:1). O substantivo, didaskalia (ensino) aparece por 21 vezes de Mateus
15:9 à Tito 2:10. E o verbo didasko (ensinar), é usado 70 vezes de
Mateus a Apocalipse.
F – KATECHÉO (instruir): ensinar fazendo.
Verbo grego também usado no NT LC 1:4; GL 6:6.
O PROFESSOR NO NOVO TESTAMENTO:
No
NT, o substantivo didáskolos é usado de maneira geral, para indicar
qualquer tipo de professor, de assuntos religiosos ou não (MT 10:24; LC
6:40), que é termo grego equivalente ao termo hebraico RABI, que
significa meu MESTRE (MT 8:19; 12:38; 19:16; 22:16, 36).
De
todos os mestres que ali apareceram, nenhum é tão destacado como o
Senhor Jesus, o Mestre por excelência. Nicodemos, que Jesus chamou de
mestre em Israel, disse: Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de
Deus (JO 3:2). Jesus foi o protótipo de uma série de mestres cristãos
levantados por ele na igreja. Em 1 Coríntios 12:28 e Efésios 4:11, o
apóstolo Paulo se refere ao ministério especial dos mestres, cuja
finalidade era de instruir a verdade cristã aos crentes.
A
comparação dos textos de Atos 13:1 com Romanos 12:7, 2 TM 1:11 e Tiago
3:1 mostramos que os mestres cristãos que exerciam seu Dom ministerial
juntamente com os apóstolos, os profetas, os evangelistas e pastores (na
verdade, os mestres eram sempre pastores, embora nem todos os pastores
fossem sempre mestres). Na maioria das vezes ensinavam em congregações
locais já estabelecidas.
Dentro
do círculo apostólico, o grande mestre dos gentios foi o apóstolo
Paulo. Ele mesmo testificou: para isto fui designado pregador e
apóstolo, mestre dos gentios na fé e na verdade (1 TM 2:7). Tanto os
apóstolos como os Pastores eram Mestres, e nenhum pastor pode ser
verdadeiro pastor se não for apto para ensinar (1 TM 3:2, 11). Há alguém
que sugere que os pastores e mestres seriam aspectos de uma mesma
função. Não obstante não se pode provar isso; é óbvio que todo Pastor
deve ser um mestre no ensino, pois boa parte do seu trabalho é ensinar.
Nenhum
homem é apto para ser Pastor se não souber ensinar, e por sua vez o
mestre precisa do conhecimento que a experiência pastoral confere. Esses
homens dotados por Deus são guardiões do conhecimento, possuidores de
habilidades naturais concedidas por Deus.
A
tarefa dos mestres é a de transmitir conhecimento, inspirar aos crentes
grandes verdades, e assim, através da instrução geral conferida à
igreja, contribuir para levar os crentes mais perto do ideal da imagem
de Cristo.
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